INDEX books
  • INDEX
  • Livros
    • Clássicos >
      • Clássicos 1 - 6 >
        • O Sr Ganimedes
        • O Bom Crioulo
        • Saficas
        • Nova Safo
        • Ressurreicao
        • Seroes do Convento
      • Clássicos 7 - 12 >
        • Frederico Paciencia
        • Versos Fanchonos
        • Amar Gozar Morrer
        • Os Mistérios do Asfondelo
        • Saturnino
        • Bispo de Beja
      • Clássicos 13 - 19 >
        • Berloque Vermelho
        • Dissidências
        • Os Jogos Lésbios
        • O Barão de Lavos
        • Mulheres Perdidas
        • A Inversao Sexual
      • Clássicos 20 - 25 >
        • O Marquês da Bacalhoa
        • A Verruga
        • A Vida Sexual: Homossexualidade
        • Henriqueta Heroina
        • Henriqueta Aventureira
    • Poesia >
      • Baba de Moco
      • Dezasseis Poemas
      • Fados
      • Poemas Homoeroticos Escolhidos
      • Respiração Boca-a-Boca
    • Romance >
      • Bella Donna
      • De Braços Abertos
      • Dois Mundos
      • O Corredor de Fundo
      • Oito Minutos
      • Todo Teu
    • Conto >
      • Alma
      • Amor entre Samurais
      • Elvis
      • Estacao Seca
      • Instantaneos
      • Manchester
      • O Padre e o Acólito
      • PIXEL
    • Memórias >
      • Armario
      • Metarica
      • Casa Azul
    • Mais >
      • 28 Discursos LGBT
      • 3 e 15
      • 4 e 20
      • Aquele Lustro Queer
      • Dicionario
      • Inversao Sexual
      • Literatura Homoerotica Latina
      • Uma Decada Queer
  • Autores
    • Autores A - E >
      • Abel Botelho
      • Adelino Pereira da Silva
      • Adolfo Caminha
      • Alfredo Gallis
      • António de Albuquerque
      • Arsénio de Chatenay
      • Aymmar Rodriguez
      • Bruno Horta
      • Carlos de Miguel Mora
      • Eduardo Caxa
      • Egas Moniz
    • Autores F - I >
      • Fabiula Bortolozzo
      • Fernando Curopos
      • Fialho de Almeida
      • Gabriel de Souza Abreu
      • Havelock Ellis
      • Ihara Saikaku
      • Izabella Zanchi
    • Autores J - M >
      • Joao Carlos Roque
      • John Francis Bloxham
      • Jose Feliciano Castilho
      • Margarida Leitao
      • Mario de Andrade
      • Mário de Sá-Carneiro
      • Miguel Botelho
    • Autores N - Z >
      • Nuno Oskar
      • Patricia Nell Warren
      • Paulo Azevedo Chaves
      • Pedro Xavier
      • Raimundo de Moraes
      • Silva Pinto
      • Visconde de Vila-Moura
  • Top
  • Novidades
  • Contactos
    • Novos autores
    • Lista de e-mail
    • Sobre nós
    • Fale connosco
  • Mais...
    • Lojas
    • Como ler ebooks?
Imagem

A Vida Sexual: Homossexualidade

Egas Moniz
Clássicos de Literatura Gay  /  ​22
"A Vida Sexual", do prémio Nobel português, o professor doutor Egas Moniz, teve 19 edições até ser censurada pelo Estado Novo, em 1933. Foi simultaneamente um influente manual de medicina e um livro de leitura popular, contribuindo de forma decisiva para a construção das noções de sexualidade normal e patológica em Portugal.

Esta nova edição, revista e anotada, contém o capítulo dedicado à “Homossexualidade” do volume II de "A Vida Sexual", bem como o índice de cada um dos volumes e os respetivos preâmbulos e a introdução ao volume II.


Nesta obra pioneira, Egas Moniz defende que a homossexualidade é uma perversão do instinto sexual e uma repugnante doença com origem na educação e na sociedade. Não obstante, o autor reconhece que as tendências homossexuais não são um exclusivo da raça humana, e que tais “anomalias” entre humanos “foram observadas em todas as épocas e em todos os países". Tratando-se de uma doença, Egas-Moniz considera que deve ser tratada. “É repugnante a doença? Decerto, mas o médico que entra na prática clínica não deve ter repugnâncias. (...) Ora, o uranista é um doente e, geralmente, um inútil, porque é estéril, e nós devemos lutar pelo nosso bem‑estar e pelo da sociedade.” Apesar de considerar que “para a saúde do homossexual são mais saudáveis as práticas da inversão do que as relações heterossexuais” recomenda mesmo assim a profilaxia, defendendo o fim da separação das escolas por sexos, e o tratamento, sobretudo por sugestão e hipnose, que diz poder levar à cura.

Fernando Curopos considera que “os investigadores da geração seguinte [à de Adelino da Silva, o autor do primeiro livro de medicina sobre homossexualidade, de 1895], os psiquiatras António Egas Moniz, que publica, em 1902, A Vida Sexual, a que se seguiu um ano depois o estudo de Albano Pereira dos Santos, Perversão Sexual, não farão muito melhor que dar a ler em português as mais recentes teorias de autores franceses, alemães e ingleses sobre a homossexualidade e as sexualidades não normativas.”
Clique nos logos para encomendar:
Imagem
Imagem
em papel

EXCERTOS

 
Desde o exagero de Hoessli, que chegou a considerar os órgãos sexuais externos como sinais supérfluos e mesmo nocivos para a determinação psíquica dos sexos, até à doutrina corrente em que se liga valor absoluto aos órgãos genésicos, há um meio termo em que reside a verdade dos factos. No estado atual da ciência não se pode negar a existência de sensações femininas em homens providos de órgãos genitais normalmente conformados, assim como não pode negar‑se o aparecimento de sensações masculinas em mulheres com os órgãos sexuais normalmente desenvolvidos.

Há homens que só se excitam genesicamente com a aproximação de outros homens e há mulheres que só experimentam desejos sexuais quando se aproximam de outras mulheres. Daí a designação de homossexualidade com que encimamos o presente capítulo.

Vários termos têm sido empregados para classificar este grupo de vícios genésicos. De entre eles, destacamos os mais vulgarizados. Um dos que hoje mais circula é o uranismo. Esta palavra foi introduzida na ciência por Ulrichs, que a faz derivar de Uranus, personagem que, segundo umas passagens do Banquete, de Platão, sofrera de perversão homossexual, e tanto que teve como filha Afrodite que, no dizer da lenda, nascera sem mãe. Mas o uranismo abrange apenas a homossexualidade masculina e só neste sentido deverá ser aplicado.

Tem‑se por vezes empregado a designação de pederastia para classificar as tendências homossexuais masculinas; mas o termo é incorreto, porque apesar de, pela sua origem grega (παίδóςἐραστής), significar amador de rapazes, é certo que de há muito circula na ciência médica e nas leis penais como significando apenas um pequeno grupo de degenerados homossexuais, o dos que membrum in anum imittunt. [N.E.: «inserem o membro em ânus» (em latim no original, tradução livre]. É portanto má designação genérica.
Para a homossexualidade feminina também há designações várias. Nenhuma porém conheço que, com propriedade etimológica, abranja todas as suas manifestações. Assim, o safismo abrange apenas um grupo dessas práticas, porque consiste na fricção do clitóris com a língua, seguida de sucção. E contudo, é esta uma das expressões mais divulgadas e que, por vezes, se encontra nos livros da especialidade com designação geral que não lhe daremos.
Alguns autores empregam também as designações de lesbismo e tribadismo para significar relações homossexuais femininas.

O lesbismo deriva de Lesbos, a conhecida ilha em que a tradição colocou a origem da masturbação bocal. As práticas da mútua masturbação manual, os toques anais pelos dedos, as fricções voluptuosas, etc., são também designados por este termo. Por isso o aplicaremos como designação geral.

O tribadismo (de τρίβω — friccionar) significava antigamente uma forma especial de masturbação recíproca usada entre as mulheres pelas que possuíam clitóris excecionalmente compridos, simulando assim a cópula normal. Os latinos davam respetivamente os nomes de fictrices e de subigatrices às mulheres que se entregavam a estas práticas.

​Ultimamente, porém, muitos autores têm tomado o tribadismo como sinónimo do amor físico entre duas mulheres, qualquer que seja a forma porque é satisfeito. E até, modernamente, Mantegazza, depois de citar os casos célebres de Duhousset, Paul Eram, Tegg, etc., diz o seguinte: «algumas vezes o tribadismo não é senão questão de voluptuosidade física, e a mulher pede a voluptuosidade à língua de outra mulher, como à do homem, com absoluta indiferença; mas a maior parte das vezes associa‑se à luxúria uma verdadeira paixão ardente e que tem todas as exigências e todos os ciúmes do amor verdadeiro». Ora nem a origem da palavra, nem a generalização que se lhe deu, justificam que com ela se possam designar determinadas devassidões heterossexuais.

SOBRE O AUTOR

Picture
António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz nasceu em Avanca, Estarreja, em 1874.
Foi um distinto médico, neurocirurgião, investigador e professor, galardoado com o Nobel da Medicina em 1949. Faleceu em Lisboa, em 1955. 
​
À direita, retrato de Egas Moniz, anterior a 1910,  possivelmente contemporâneo da publicação de A Vida Sexual (fonte: Wikipédia, em domínio público)
Saber mais

FICHA TÉCNICA

A Vida Sexual: Homossexualidade, de Egas Moniz. 

1ª edição, 2025, Revisão e notas: João Máximo e Luís Chainho.
Copyright © João, Máximo e Luís Chainho, 2025.
185 páginas.
Todos os direitos reservados.

ISBN: 979-8230646457 (ebook)
ISBN:  979-8308635697 (papel capa mole)

PRÉ-VISUALIZAR

Imagem
Clique na imagem à esquerda para pré-visualizar no Google Livros.

serviços

Livros
Autores

recursos

Novos autores
Top de vendas
Onde comprar?
Como ler ebooks?
Blogue

contactos

Fale connosco
Press
Sobre nós
Contactos
Imagem
Copyright © INDEX ebooks, 2014, Todos os direitos reservados.