PATRICIA NELL WARRENPatricia Nell Warren nasceu em 1936 e cresceu no Rancho Grant-Kohrs, em Deer Lodge, no Montana. Trabalhou durante 20 anos como editora da Reader's Digest. Conhece bem a Europa, onde residiu vários anos. Ao longo dos anos, como autora de ficção e não ficção, publicou nove livros, incluindo o best-seller de temática gay, The Front Runner, que entrou para a lista de livros mais vendidos do New York Times. O seu livro mais recente é a antologia premiada, My West: Personal Writings on the American West (Wildcat Press, 2011). Patricia faleceu em 2019.
Obras da autora: The Front-Runner (1974), The Fancy Dancer (1976), The Beauty Queen (1978), One Is the Sun (1991), Harlan’s Race (1994), Billy’s Boy (1997), The Wild Man (2001), The Lavender Locker Room (2006), My West: Personal Writings on the American West (2011). |
ALMOÇO COM A AUTORA
Almoçámos no Cafe Sole, um restaurante italiano da zona de Glendale, Los Angeles, onde a Patricia Nell Warren vivia. Foi um almoço muito agradável. A Patricia era muito simpática e conversadora e uma das histórias que nos contou foi, precisamente, a da maratona de Boston de 1968, em que participou... furtivamente. Nesse tempo, não eram admitidas mulheres nas maratonas, por serem consideradas muito frágeis, colocando em risco a própria saúde por tentarem correr os famosos 42 km. Por isso, a sua inscrição, e a das outras onze mulheres que correram nesse dia não foi aceite pelos organizadores. Elas, no entanto, não arrumaram as sapatilhas e, no dia da corrida, misturaram-se entre a assistência, junto à linha de partida. Quando foi dado o tiro de largada, despiram o fato de treino e desataram a correr, juntando-se aos homens que iniciavam a maratona masculina. Das doze mulheres que começaram só terminaram seis, e a Patricia ficou em quarto lugar, com um tempo de pouco mais de quatro horas (e falavam eles de fragilidade feminina...)
Sobre o seu livro, O Corredor de Fundo, contou-nos que o escreveu em apenas quatro meses, às escondidas do marido e dos colegas, no escritório, à hora de almoço e ao fim do dia de trabalho, guardando o manuscrito numa gaveta fechada à chave, para que ninguém o descobrisse. Quando entregou o livro ao agente, este, ao aperceber-se da temática gay, perguntou-lhe se tinha mesmo a certeza de que queria publicar "uma coisa daquelas"? Claro que sim, disse ela, muito segura... mas muito ansiosa com a eventual resposta. Três dias depois, o agente telefonou-lhe para lhe dizer que tinha adorado a história, que era um tema para o qual chegara a hora e que não teriam dificuldade para encontrar um editor que a quisesse publicar... Uma semana depois estava, de facto, o contrato de publicação assinado. Teríamos ficado toda a tarde a ouvir as suas histórias, contadas com boa disposição e simpatia...
Sobre o seu livro, O Corredor de Fundo, contou-nos que o escreveu em apenas quatro meses, às escondidas do marido e dos colegas, no escritório, à hora de almoço e ao fim do dia de trabalho, guardando o manuscrito numa gaveta fechada à chave, para que ninguém o descobrisse. Quando entregou o livro ao agente, este, ao aperceber-se da temática gay, perguntou-lhe se tinha mesmo a certeza de que queria publicar "uma coisa daquelas"? Claro que sim, disse ela, muito segura... mas muito ansiosa com a eventual resposta. Três dias depois, o agente telefonou-lhe para lhe dizer que tinha adorado a história, que era um tema para o qual chegara a hora e que não teriam dificuldade para encontrar um editor que a quisesse publicar... Uma semana depois estava, de facto, o contrato de publicação assinado. Teríamos ficado toda a tarde a ouvir as suas histórias, contadas com boa disposição e simpatia...