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Todo Teu: Kheiron
Episódio 8 da série Todo Teu
Nuno OskarNos feriados de junho, no Meco, uma pacata aldeia balnear da costa portuguesa, surge inesperadamente Duarte, um advogado lisboeta elegante, que rapidamente se deixa cativar pelo jovem Nuno, um rapaz modesto e inocente, que nasceu e viveu sempre na região, um verdadeiro "cavalo selvagem" que Duarte quer domar e submeter, abrindo-lhe caminhos para novos mundos e novos horizontes de amor e prazer.
O Kheiron é um clube exclusivo para dominadores e seus escravos, situado num palacete dos arredores de Lisboa. Duarte parece conhecer todos, mas Nuno, que acompanha Duarte pela primeira vez ao clube, está nervosíssimo, porque sabe que está a ser avaliado, tanto pelo Duarte, o seu mestre, como pelo olhar guloso dos outros frequentadores… O episódio 8, Kheiron, que fecha de forma magnífica este enorme best-seller de Nuno Oskar, está disponível como último capítulo da versão integral em ebook da série Todo Teu; a versão integral não será publicada em papel, mas existe, obviamente, uma edição em papel do episódio 8, Kheiron, para juntar e completar a coleção dos sete volumes anteriores da série. (clique nos logos da lojas abaixo) Todo Teu, um romance não aconselhável a corações fracos nem a garotos rebeldes que precisam de castigos! |
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OS LIVROS DA SÉRIE
TODO TEU: Sábado
Episódio 1 TODO TEU: quinta
Episódio 5 |
TODO TEU: domingo
Episódio 2 TODO TEU: Fim de semana
Episódio 6 |
TODO TEU: segunda
Episódio 3 TODO TEU: Aniversário
Episódio 7 |
TODO TEU: terça
Episódio 4 TODO TEU: Kheiron
Episódio 8 |
EXCERTO: CAPÍTULO 1
Era mais do mesmo, o tal “contentamento descontente” de que Camões falava, porque eu estava bem. Não fui com ele simplesmente porque não podia faltar à última semana do curso. Soube-me mesmo muito bem poder dar toda a atenção aos meus velhotes e ver o meu avô recuperar relativamente bem do choque que tinha sofrido. Agora já não se retraia quando eu o abraçava. Ao princípio, experimentei tocar-lhe ligeiramente no braço ou no ombro, o que ele nunca recusou. Depois, fui avançando nos carinhos até ele regressar ao normal, e voltar a deliciar-se com os beijos que lhe dou. A grande surpresa, para mim, foi a minha avó. Era enternecedor ver o que ela fazia para me animar sempre que me via macambúzio, e quase chocante quando me perguntava se eu já tinha falado com o meu, o meu… amigo.
– E, finalmente, quero desejar-vos o maior sucesso do mundo – anunciou o chef, com aquele seu tom de sempre e numa permanente demonstração de tranquilidade. – Gostei muito de trabalhar convosco, mas não quero voltar a ver-vos, a não ser quando for jantar ao vosso restaurante… Os sorrisos surgiram logo em todas as caras, até de quem já estava de lágrima no olho, em reação às palavras do homem que todos adorávamos. – Sejam simpáticos, sejam trabalhadores, sejam criativos e deslumbrem o vosso público. Acabou… Pensei, enquanto batia palmas, como todos os meus colegas, que agora seria o estágio, a primeira etapa do resto da minha vida… numa cozinha, criando pratos que, talvez, acabassem por deslumbrar algumas pessoas. Tinha o seu quê de triste, claro, tanto quanto de alívio. Seis horas por dia, todos os dias, durante mais de um ano e meio… Aquelas pessoas eram gente boa e sempre fôramos um belo grupo: quase todos os formadores tinham vindo despedir-se de nós, em pleno mês de agosto, com toda a gente de férias e com o centro de formação a trabalhar a meio gás, quase fechado. Os petiscos estavam bons e gostei de conversar com os colegas e professores, e de tirar as tradicionais fotos de grupo. Torcia para que todos tivéssemos realmente sucesso, algo virtualmente impossível, ou para que, pelo menos, mantivéssemos um contacto regular, o que todos sabiam também ser quase impossível. Sentia-me aliviado quando finalmente desci as escadas para sair do centro, depois de terminado o meu último dia. Estava livre… mas também tinha uma impressão estranha na garganta, que sabia bem ser de tristeza. É que tinha sido divertido estudar ali e tinha gostado de conhecer aquela gente louca e todos os professores e todas as coisas que nos ensinaram. Era triste, sim, e ainda um pouco mais porque hoje não tinha para onde ir, ou melhor, hoje estava sozinho. |
Atravessei os portões e os meus olhos percorreram a rua, acreditando ainda poder encontrar o Z4, ou o jipe, mas a minha esperança durou apenas um breve momento. Dirigi-me à paragem do autocarro, superdeprimido porque o Duarte não estava à minha espera, apesar de saber que era impossível. Tê-lo-ia para mim somente no dia seguinte, seria todo meu no dia do nosso aniversário, no dia em que comemorávamos dois meses de uma relação impensável, dois meses inteiros de perfeição, de amor, de mimos, de sexo…
Tê-lo longe era desmoralizador, principalmente estando ele no estrangeiro e, ainda pior, em Paris, a cidade do amor, ou lá o que diziam que era. Eu compreendia que ele não pudesse recusar um trabalho que lhe renderia bons honorários, mas era desesperante não poder ir com ele, ser obrigado a ficar tantos dias sozinho, feito anormal, sem nada que fazer, sem ninguém com que me distrair, sem o seu sorriso para me confortar ou corpo dele para me aconchegar. E eu já estava capaz de trepar às paredes, tipo homem aranha, com falta de sexo, com falta de tê-lo dentro de mim ou de o cavalgar até ele não aguentar mais. Os clientes eram emigrantes em França, eu bem sabia, e que… mas era Paris, porra, devia haver milhares de gays na cidade, milhares de bares gay, inclusive… Não sejas parvo, Nuno, concentra-te no que é importante, na ideia de que ele chega amanhã e que prometeu encontrar-se logo contigo, para te amarrar e te… e mais vinte e quatro horas não custam nada. Era mais do mesmo, o tal “contentamento descontente” de que o Camões falava, porque eu estava bem. Não fui com ele simplesmente porque não podia faltar à última semana do curso. Por outro lado, soube-me mesmo muito bem poder dar toda a atenção aos meus velhotes e ver o meu avô recuperar relativamente bem do choque que tinha sofrido. Agora já não se retraia quando eu o abraçava. Ao princípio, experimentei tocar-lhe ligeiramente no braço ou no ombro, o que ele nunca recusou. Depois, fui avançando nos carinhos até ele regressar ao normal, e voltar a deliciar-se com os beijos que lhe dou. A grande surpresa, para mim, foi a minha avó. Era enternecedor ver o que ela fazia para me animar sempre que me via macambúzio, e quase chocante quando me perguntava se eu já tinha falado com o meu, o meu… amigo. Também aproveitei para passar alguns fins de tarde com o meu amigo Chico. E a maluca da Elsa veio visitar-me no fim de semana. Queria animar-me, mas só me fazia lembrar um daqueles sargentos brutos do exército, sempre a dar-me ordens para me manter ocupado e distraído. No domingo, antes do almoço, já estava farto dela, já não a podia ver à minha frente, apesar de saber bem que ela talvez fosse, desde há muito tempo, a minha melhor amiga. Nem de propósito… |
NUNO OSKARNuno Oskar é um jovem autor português, amante da escrita, do cinema, da música, do sol, da praia e do amor, que gosta de fugir à ortodoxia monótona da existência real mantendo uma vida dupla de paixões e aventuras no mundo virtual.
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