É com enorme satisfação que a INDEX ebooks anuncia a publicação do volume 10 da série "Clássicos de Literatura Gay", intitulado "Os Mistérios do Asfondelo", enriquecido por uma excelente e esclarecedora Introdução pelo professor Fernando Curopos, que afirma que há material para escrever mais do que um parágrafo sobre a literatura erótica portuguesa, ao contrário do que escreveu António Mega Ferreira, que Curopos acusa de "reproduzir no Portugal democrático a mesma amnésia histórica e preconceituosa [da longa noite sexual do Estado Novo]".
O romance Os Mistérios do Asfondelo, de Arsénio de Chatenay, foi amplamente lido na sua época, mas logo votado a uma rasura crítica e à situação de “esgoto” pela imprensa contemporânea. Algum tempo depois da sua publicação, a janela que se abrira para a literatura licenciosa em Portugal, com a abolição do Tribunal do Santo Ofício, em 1821, fechar-se-ia durante a longa noite do Estado Novo. É por isso que Fernando Curopos afirma que é “urgente rever e reler a história da literatura erótica portuguesa, ou simplesmente escrevê-la, para tirar do olvido obras e autores que, como Chatenay, foram queer avant la lettre.”
O romance Os Mistérios do Asfondelo, de Arsénio de Chatenay, foi amplamente lido na sua época, mas logo votado a uma rasura crítica e à situação de “esgoto” pela imprensa contemporânea. Algum tempo depois da sua publicação, a janela que se abrira para a literatura licenciosa em Portugal, com a abolição do Tribunal do Santo Ofício, em 1821, fechar-se-ia durante a longa noite do Estado Novo. É por isso que Fernando Curopos afirma que é “urgente rever e reler a história da literatura erótica portuguesa, ou simplesmente escrevê-la, para tirar do olvido obras e autores que, como Chatenay, foram queer avant la lettre.”