Depois de 8 anos de estudo e investigação, temos a enorme satisfação de poder anunciar a primeira edição completa do primeiro Dicionário de Literatura Gay de Portugal, que conta com 1016 verbetes principais, cobrindo todos as entradas de “A” a “Z”, sobre livros, autores, personagens, contos, poemas, revistas, livrarias e outras referências literárias, bem como inúmeros verbetes temáticos e aquela que será talvez a primeira proposta sistemática de uma cronologia da literatura LGBTQ+ de Portugal.
Quando perguntámos a Richard Zimler se um dos seus livros poderia incluir-se na categoria de literatura gay, o autor respondeu que gostaria que a sua obra fosse avaliada apenas pela sua qualidade literária. Tal como Zimler, a grande maioria dos autores e editores prefere afastar-se de etiquetas que condicionam a leitura das suas obras. Harold Bloom, o reputado crítico norte-americano, afirma com contundência: “Outro dia fui falar de cinco dos meus poetas preferidos: Whitman, Pessoa, Lorca, Hart Crane e o maravilhoso Luís Cernuda. São todos homossexuais, mas que me interessa saber se eles preferem dormir com homens ou mulheres?” No entanto, como refere Ana Cristina Santos: “Em contextos em que as sexualidades que escapam à normatividade heterossexual são remetidas para a invisibilidade e marginalidade (como nos meios mainstream portugueses), torna-se necessário reinvestir e consolidar categorias que lutem contra essa invisibilidade.”
Com efeito, a literatura de temática LGBTQ+, como categoria, depois de nos primeiros anos do século XXI ter emergido brevemente da “longa noite sexual do Estado Novo” e dos “primeiros anos do Portugal democrático”, nas palavras de Fernando Curopos, tem vindo a ser de novo “remetida para a invisibilidade” nos catálogos das editoras, nas prateleiras das bibliotecas e livrarias, e nas secções dos jornais e revistas. Foi essa a razão que motivou a compilação deste Dicionário de Literatura Gay, para incluir todas as representações LGBTQ+ da literatura portuguesa, com as quais as pessoas LGBTQ+ se possam identificar, nas quais se possam rever e que as ajudem a compreender-se melhor ou a serem melhor compreendidas.
Quando perguntámos a Richard Zimler se um dos seus livros poderia incluir-se na categoria de literatura gay, o autor respondeu que gostaria que a sua obra fosse avaliada apenas pela sua qualidade literária. Tal como Zimler, a grande maioria dos autores e editores prefere afastar-se de etiquetas que condicionam a leitura das suas obras. Harold Bloom, o reputado crítico norte-americano, afirma com contundência: “Outro dia fui falar de cinco dos meus poetas preferidos: Whitman, Pessoa, Lorca, Hart Crane e o maravilhoso Luís Cernuda. São todos homossexuais, mas que me interessa saber se eles preferem dormir com homens ou mulheres?” No entanto, como refere Ana Cristina Santos: “Em contextos em que as sexualidades que escapam à normatividade heterossexual são remetidas para a invisibilidade e marginalidade (como nos meios mainstream portugueses), torna-se necessário reinvestir e consolidar categorias que lutem contra essa invisibilidade.”
Com efeito, a literatura de temática LGBTQ+, como categoria, depois de nos primeiros anos do século XXI ter emergido brevemente da “longa noite sexual do Estado Novo” e dos “primeiros anos do Portugal democrático”, nas palavras de Fernando Curopos, tem vindo a ser de novo “remetida para a invisibilidade” nos catálogos das editoras, nas prateleiras das bibliotecas e livrarias, e nas secções dos jornais e revistas. Foi essa a razão que motivou a compilação deste Dicionário de Literatura Gay, para incluir todas as representações LGBTQ+ da literatura portuguesa, com as quais as pessoas LGBTQ+ se possam identificar, nas quais se possam rever e que as ajudem a compreender-se melhor ou a serem melhor compreendidas.